Lembra que eu disse, que tudo começou quando eu era modelo? Foi assim:
Um dia eu acordei e resolvi mudar minha vida. Com 16 anos (2005), cursando o segundo colegial, eu fui atrás de um fotógrafo, fiz meu primeiro book (foto acima) e fui dar as caras nas agências de São Paulo. Depois de ser rejeitada pela Ford, a Mega, na época as grandes modelos da agência eram Carol Franceschini e Laryssa Castro, me direcionou para uma de suas divisões. Sabe quando uma marca super incrível tem uma subdivisão mais barata? Isso também acontece nas agências de modelo. Fui encaminhada para uma agência tão pequena e tão desconhecida que nem eu lembro mais o nome dela. Lá eles vendem pra você a seguinte ideia, se você for boa o bastante (e magra o bastante), um dia você terá a honra de fazer parte do casting da Mega, e a partir daí, sair em editorias e desfiles importantes. Quem acha que é só glamour, não tem ideia do quanto é doloroso e difícil para as meninas, que em sua maioria, iniciam essa busca por um sonho, ou por uma vida melhor, aos 16 anos, quando na verdade, recebemos em troca algumas ilusões. Esse post é pra mostrar que é muito fácil cair no buraco do coelho, mas uma vez lá dentro, é muito difícil fazer Alice acordar.
Essas são minhas queridas Alices. Todas começaram a carreira junto comigo em 2005 naquela agência desconhecida. Algumas já estavam no mercado antes, já tinham ido a Nova Iorque e tudo. A questão é, por que vocês não reconhecem o rosto delas? São meninas lindas, inteligentes, talentosas, disciplinadas e obstinadas a alcançarem o topo. Quando é que elas vão aparecer estampando os editoriais da Vogue e da Elle?
O problema começa aqui dentro. Os estilistas, produtores de moda, editoras das grandes revistas só apostam nos mesmos rostos. São sempre as mesmas meninas, das mesmas agências fazendo os grandes trabalhos. Quando nem o mercado nacional aposta em você, fica mais complicado chamar atenção da Miuccia Prada num casting, certo? O Brasil tem meninas muito bonitas, muito capazes e experientes que estão por aí, fazendo um desfilinho aqui, uma convençãozinha ali. Enfim, são inúmeros talentos desperdiçados.
Eu queria apresentar pra vocês alguns desses talentos: Luiza Kemp (22), Ciane Xavier (24), Renata Borchard (22), Nathália Zanotti (23), Mariana Nuernberg (22), Franciele Morawski (22). Todas elas são modelos internacionais, têm um book impecável, fotografam incrivelmente e possuem uma perseverança nunca vista antes. Elas merecem reconhecimento, elas merecem o topo.
Modelando é a nova tag do Pink Lolita, com ela eu pretendo passar pra vocês um pouco das minhas impressões dos backstages reais do mundo da moda, de como é ser o cabide.