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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Só as suas lentes permitiriam que Paris fosse tão cor-de-rosa




"Aparentemente sem glamour, o objeto é carregado de memórias e significados, é o tipo de artigo de decoração que as pessoas vestem porque atribui características à sua personalidade.   Por trás dos corações é possível identificar uma personagem essencialmente feminina com uma aura adolescente que remete à famosa Lolita de Vladimir Nabokov: divertida e sensual, essa é a gestalt que carrega tal objeto."

terça-feira, 4 de maio de 2010

Modelando: Viagem à Casa de Criadores no País da Memória


Há tempos que a tag de hoje não era atualizada. Aproveitando o início do mês ( e o feriado) pensei que agora seria uma boa hora para voltar ao assunto.
Já que eu sempre aproveitei esse espaço para meter o pau e falar sobre todas as injustiças e frustrações que passa uma modelo em início de carreira, estava na hora de mostrar o lado bom da coisa, afinal não é à toa que dediquei quatro anos da minha vida à profissão.

Ainda buscando na memória, o segundo post da tag feito lá em fevereiro, contava um pouquinho de como tudo começou ( é nessa época que surge meu interesse e encantamento pela moda) e os fatos que me marcaram a minha passagem pela primeira agência - modelo é assim, troca de agência como troca de roupa. Seguindo a ordem cronológica a ideia era lembrar de algum acontecimento, trabalho ou curiosidade bacana que tivesse acontecido comigo já quando fazia parte do casting da Skin, minha segunda agência.

Foi aí que eu lembrei da Casa de Criadores, um evento pouco divulgado pelas blogueiras e pela imprensa. Meio underground, é como se fosse a raiz da moda dentro do circuito paulista. Lá a gente vê pouca tendência e muita criatividade. Mais que estilistas, são criadores, que conseguem transmitir todas suas impressões pessoais através das suas roupas. Gente que se inspira em Blade Runner na hora de criar, sabe? Os desfiles acontecem ora no viaduto do chá, ora na praça da república, ora no corredor de um hospital desativado. Coisa que a gente não vê por aí nas vitrines da vida.
É moda pra gente de mente aberta.

O evento já dura há quase 20 anos e é até nostálgico lembrar que a primeira edição a qual participei foi na coleção de inverno 2005 para a estilista Fabiana Bauman. O desfile aconteceu no pátio do hospital Humberto Primo e a coleção trazia algumas peças leves como saias plissadas em tom pastel e elementos mais invernistas em tons terrosos. A maquiagem era bem discreta, enquanto o cabelo era trabalhado no dread (quase impossível de tirar no banho).

Esse foi um dos meus primeiros trabalhos e confesso que eu não curti muito na época. Eu era tímida, desengonçada, não sabia desfilar e mal podia parar em frente às câmeras para o flash. Inclusive, acredito que saí tão rápido da passarela que nem uma foto da parada eu achei na internet. No entanto, eu voltei a participar da Casa de Criadores várias edições depois em desfiles para Weider Silveiro, João Pimenta, Humberto Guaracy, Purpure, Camila Zondan e Thiago Marcon.

O evento é capaz de lançar muitos profissionais da área para o mercado de moda brasileiro. Estilistas como Juliana Jabour, João Pimenta, Walério Araújo, Marcelo Sommer e Cavalera iniciaram suas carreiras na Casa de Criadores. E o mesmo pode ser dito sobre as modelos Mariana Weickert, Ana Claudia Michels e Talytha Plugliese.

Além de ser uma ótima experiência para as modelos em início de carreira, para os apaixonados por moda, vale a pena dar uma conferida no evento que é parte do calendário fashion paulista. Sair do senso comum, respirar novos ares, fazer novas descobertas é sempre bom, especialmente quando o assunto é criação.